quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O movimento transformador

Comecei a apreciar rock na minha adolescência por livre e espontânea pressão de colegas de colégio no segundo grau, antes como todo jovem “periférico” com um pouco de bom senso, ouvia a voz gueto como Thaide e DJ Hum, Ndee Naldinho, Filosofia de Rua, Racionais MCs (no inicio de carreira) e achava o rock como uma simples “gritaria” agressiva sem propósito algum, até que em 1996, eu então com 17 anos fui presenteado por um amigo com dois discos “Nevermind” do Nirvana e “Dookie” do Green Day, com os disseres do cidadão “ouça e depois conte o que achou”, nesta época já admirava a postura dos rockeiros, pois não eram alienados como a maioria dos jovens da década de 90, eles não se prendiam a modinhas, tinha uma visão melhor da sociedade e eram contra o “sistema”, assim como os rappers que admirava, no entanto, nesta época a sociedade erroneamente associava o rap com a criminalidade, alem disto alguns MCs começavam literalmente a fazer apologia ao crime em suas musicas, assim inconscientemente faziam jus a desaprovação da sociedade, isto me distanciou do Rap.

Neste período estudava no Polivalente, colégio técnico muito conceituado no interior paulista e seu processo seletivo era extremamente disputado, sendo assim, tinha colegas de curso de classes sociais mais elevadas que a minha, e para um adolescente “periférico” se enturmar era difícil, para complicar eu era introvertido, gosto de quadrinhos, games, RPG, animações, literatura e cinema de ficção cientifica, como também tenho facilidade em aprender, isto mesmo era (sou) um Nerd, o que hoje é “cool” em 1996 era de certo modo constrangedor, mesmo assim me enturmei com um pessoal que gostava das mesmas coisas, mas, no entanto eles ouviam rock, e o mais legal é que eles tinham atitude rock, alguns tocavam em bandas, viviam discutindo sobre o movimento, sobre sua sonoridade, sobre shows e sobre os diversos estilos de rock, seja punk, grunge, mangue beat, hardcore, metal, enfim, e em uma destas conversas que fui presenteado com Nevermind e Dookie.

Achei o som interessante, pois não se tratava apenas de um som extremamente agressivo, era algo mais, e isto aguçou minha curiosidade e passei a ouvir outras bandas, a principio ouvia bandas que estavam em evidencia como Raimundos, Red Hot Chili Pepers, Oasis, O Rappa, Smashing Pumpkins, Rage Against the Machine, REM, Soundgarden, Pearl Jam, entre outros, com o passar dos anos, passei a estudar a historia do rock e então comecei a distinguir seus estilos e a admiração pelo rock aumentou, desde então aprecio bandas clássicas como AC/DC, Queen, Ramones, Roling Stones, Beatles, Creedance, Kiss, Jimmy Hendrix, Elvis Presley, Ira!, Titans, The Doors e Led Zepellin, movimentos novos como o Nu Metal, de Korn, Papa Roach, POD, Slipknot e Limp Bizkit e outros alternativos como Incubus, Deftones e System of a Down, depois de algum tempo passei a admirar de forma moderada bandas muito mais agressivas derivadas do Metal, como Metallica, Motorhead e Sepultura.

Sou sincero ao admitir que meu conhecimento sobre o rock é até hoje limitado, mas mesmo assim enfatizo que, fez uma grande diferença na minha vida.

Atualmente ouço bons (eu disse bons) Sambas, Black Music, Sertanejo (os de raiz), Musica clássica, MPB, Blues e claro Rock.

Sem sombras de dúvidas, posso admitir que o rock é realmente algo transformador, pois ampliou minha visão de vida, me fez ter uma opinião generalista, não se limitando apenas a musica, e sim a todos os campos, como carreira, política, religião, e entreterimento (filmes, teatro, quadrinhos, literatura, etc.).

Literalmente me tornou uma pessoa muito melhor.

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